quarta-feira, 21 de março de 2007

PROJETO DROGA TÔ FORA - PUBLICADO NO SUPLEMENTO ESCOLA DA GAZETA DO OESTE EM 21/03/2007



Drogas nas escolas


Marcos Antonio
Da Redação

Foi-se o tempo em que a televisão mostrava imagens de homens de corpos atléticos correndo em cavalos ou praticando esportes e, no fim do comercial, se anunciava o cigarro ou a bebida, certo? Foi-se o tempo em que o esporte era sempre associado ao uso de alguma droga lícita, certo? Errado.


Ainda hoje a televisão mostra essas imagens, mas disfarçadas em novelas, filmes, programas de televisão... É o que se chama de merchandising. Apesar de haver o combate constante ao uso de drogas, principalmente entre os jovens, a sociedade encara muitas das drogas como normais de uso. E aí o jovem que sai de casa com a turma de amigos para beber acaba tendo uma atitude normal, ou aquele que pega um cigarro, senta na praça e começa a soltar longas fitas de fumaça também tem ares de natural. Isso é coisa da juventude, dizem.


Em todo o país não se discute outra coisa a não ser a prevenção do uso de drogas. Governos, instituições, escolas e famílias vêm combatendo esse perigo para toda a humanidade. Mas que drogas estão sendo combatidas? As lícitas ou as ilícitas?


Para começo de conversa, é preciso se esclarecer o que é lícito e o que é ilícito. Drogas lícitas são aquelas socialmente aceitas e difundidas no mercado; as ilícitas são as que não são aceitas abertamente. Mas ambas são prejudiciais à saúde humana quando utilizadas em excesso, com uma dosagem acima da capacidade metabólica do indivíduo.Um remédio que se toma para dor de cabeça pode ser um veneno se não se observar a quantidade que deve ser ingerida.As drogas lícitas mais consumidas pela população em geral são as seguintes: álcool, cigarro, benzodiazepínicos (remédios utilizados para reduzir a ansiedade ou induzir o sono); xaropes (remédios para controlar a tosse e que podem ter substâncias como a codeína, um derivado do opióide); descongestionantes nasais (remédios usados para desobstruir o nariz) os anorexígenos (medicamentos utilizados para reduzir o apetite e controlar o peso) e os anabolizantes (hormônios usados para aumentar a massa muscular).As ilícitas são drogas mais "pesadas", como cocaína, maconha, heroína, LSD etc.


A Secretaria Nacional Antidrogas fez uma pesquisa com quase 50 mil estudantes de 27 capitais brasileiras e constatou que a idade em que o estudante entra em contato com as drogas é entre 10 e 12 anos. E mais de 12% já usaram algum tipo de droga na vida.O álcool continua sendo a droga mais consumida entre os estudantes. Isso se pode notar principalmente em escolas onde há ensino noturno e em bairros mais afastados. Bares próximos as escolas também contribuem para isso. Não são poucos os estudantes que entram "chapados" para assistirem às aulas.Fora o álcool e o tabaco, a droga mais consumida pelos estudantes foi o solvente. Pelo menos 15,4% dos estudantes de escolas públicas responderam que já usaram solventes na vida.


NORDESTE - Em relação à região Nordeste, ela teve uma amostra de 15.474 estudantes, sendo a maioria do sexo feminino (52,4%). Na região, a defasagem escolar atingiu 54,4% dos estudantes entrevistados. Com relação aos tipos de uso, o sexo masculino se sobressaiu ao feminino em todos os tipos. 22,6% dos estudantes da rede estadual de ensino já fizeram uso de alguma substância na vida. A faixa etária predominante foi entre 13 a 15 anos.As drogas mais usadas, por ordem de uso, são: maconha, cocaína, solventes, tabaco, energéticos e anabolizantes, entre os homens. Entre as mulheres, ansiolíticos e álcool.






Colégio desenvolve projeto Drogas, tô fora




O Colégio Evangélico Leôncio José de Santana, da rede municipal de ensino de Mossoró, vem desenvolvendo um projeto de combate às drogas. O projeto Drogas, tô fora está sendo trabalhado com os alunos da educação infantil até o 9º ano desde fevereiro, quando as aulas começaram. De acordo com Martha Cristina Maia, professora da escola, o projeto surgiu como conseqüência do projeto nacional antidrogas desenvolvido pela Secretaria Nacional Antidrogas para professores das escolas públicas. "Depois desse curso que estamos fazendo resolvemos implantar o projeto aqui. Trabalhamos com as crianças os tipos de drogas, desde os produtos de limpeza até a cachaça e as drogas mais fortes", diz Martha.


Segundo ela, os pais também são envolvidos no trabalho, pois são feitas reuniões e palestras visando à conscientização deles. Para completar o trabalho, há visitas aos presídios e visitas das pessoas da Fazenda Esperança.Todos estão envolvidos. Ontem (20) era dia de apresentação de trabalhos. Todas as crianças do turno vespertino estavam lá, produzidas para apresentar o resultado do que fizeram. Com adereços na cabeça estampando o Drogas, tô fora, elas vibravam por estarem aprendendo a importância de não usar drogas e a necessidade de saber o que é considerado droga. "Para eles, já se torna até natural ver alguém consumindo drogas, pois eles vêem amigos e até pessoas da família mesmo. Eu escuto o que eles dizem. É importante ouvir o que eles têm para dizer. Depois precisamos saber como trabalhar aquela situação com a criança", diz a professora.Para o pequeno Tallisson Mendes da Silva, de 7 anos, que faz o 2º ano no colégio, aprender o que é droga tem sido interessante.


São informações que vão se acumulando em sua cabeça e lhe orientando de que aquilo pode fazer mal. "Aprendi que droga faz mal, que cola de sapateiro fica tonto, que se fumar o pulmão fica preto. Tenho um tio que fuma, falo pra ele que faz mal, mas ele não escuta", explica o garoto.Essas podem parecer simples informações, mas vão ficar gravadas para sempre na cabeça de Tallisson. E ele venha a ser mais um defensor de uma vida melhor para todos, evitando usar o que vem causando tanta destruição tanto nos lares quanto na cabeça das pessoas. Fique sabendo:
- O termo droga teve origem na palavra droog (holândes antigo) que significa folha seca; isso porque antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais. Atualmente, a medicina define droga como qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. Por exemplo, uma substância ingerida contrai os vasos sangüíneos (modifica a função) e a pessoa passa a ter um aumento de pressão arterial (mudança na fisiologia). Outro exemplo, uma substância faz com que as células do nosso cérebro (os chamados neurônios) fiquem mais ativas, "disparem" mais (modificam a função) e, como conseqüência, a pessoa fica mais acordada, perdendo o sono (mudança comportamental). - Com relação aos fatores ligados ao uso pesado de drogas, observa-se a associação positiva entre este consumo e relacionamento ruim com/ou entre os pais;